quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Festa da Imagine Um Teatro

É isso o que estamos organizando nas últimas semanas. Horas de negociações, meses de trabalho, mas, finalmente, nosso desejo se realizará. Esse é o primeiro de muitos eventos.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Vida Mansa

Por Jeyce Valente

Sempre fui aquela estranha no ninho. Sempre me senti meio esquisita, por vezes meio punk, as vezes nos anos setenta e ultimamente européia e vintage. Porém, dentre tantos sentimentos distantes de mim, que nada tinham a ver com minha verdadeira natureza, me deparo com o mais inesperado dos sentimentos: um patriotismo tolo e romântico. Ando completamente apaixonada pela minha cidade! Creio que a ultima vez que senti isso foi quando vivi em Manaus por cinco anos, naquela época minha paixão pelo rio se assemelhava as outras, era distante, nostálgica e vislumbrada, mas agora, só agora, aos vinte e quatro anos, neste comecinho de 2012 que percebo: PUTA QUE PARIU QUE CIDADE FODA PRA CARALHO!

Percebi ali, em São Cristóvão, no meio de um reggae do Maranhão, mastigando uma tapioca com manteiga de garrafa, com a minha Antártica latão na mão, observando um romeno louco dançando abraçado na aparelhagem, com um dj que cantava junto com a música e uma tv que passava o caso Eloá atras dele.

Percebi num súbito, foi assim, simples, uma paixão avassaladora pela minha cidade. Falo com orgulho!

Mesmo não sucumbindo as paixões cariocas mais obvias e diurnas, ainda sou uma carioca exemplar; ando pela lapa com propriedade, faço xixi entre dois carros estacionados com muita classe, sei sambar, sei rebolar até o chão e chamo os garçons do Bar da Cachaça pelo nome. E sim, o rio também é feito de roquenrou (porem de chinelo)! Que o diga a dominatrix que dia desses me prendeu numa roda da morte no meio de uma festa fetichista e chicoteou minha nádega enquanto um carrasco me girava e expunha meus glúteos para a platéia.

Sou, sou sim carioca. E como essa vida aqui no rio, em meio a isopores de cerveja gelada, milhares de rostos familiares por onde quer que eu passe, esse cheiro de maconha, esse jazz de quarta-feira, essa vista do arpoador, esses corpos durinhos e bronzeados, esse "me arruma um cigarro aí?" esses labradores saudáveis, esses copos americanos do mosca que vieram parar aqui em casa, o Jorge que traz cerveja em garrafa em casa somente com uma ligação e essa pizzaria da esquina que nunca fecha e na qual eu devo uns setenta chopps de dias diferentes, é mansa… mansinha mansinha…

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

"Dias de Trabalho" A Série


Ontem foi o primeiro dia de gravação da pequena série que vamos lançar. São vídeos sobre coisas que acontecem no nosso dia-a-dia. Coisa simples. Coisa fina.

E não se esqueçam: dia 27 de janeiro tem a nossa festa!!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Isso Não Tem Graça

por Armando Moya

Todos defendem Michel Teló. Dizem que é liberdade de expressão, cultura brasileira. Esse discurso é muito bonito e não pode ser refutado, mas a verdade é que a música dele (afinal, ele só tem uma) é uma merda.

Michel Teló tem todo o direito de fazer essa música merda, mas eu, mero mortal roteirista, tenho o dever de usar do meu trabalho para criticá-lo. Não estou aqui para impor limites do que é que deve fazer sucesso ou não, minha função é alertá-los que nos é permitido emitir essa opinião.

Outro dia, na internet, vi uma pessoal dizer que “jorgismo” é o termo usado para caracterizar o brasileiro que defende Michel Teló. Aquele mesmo que acha que devemos nos render a essa canção sem criatividade que ainda recebe o título de universitário.

Com todo o respeito, mas, pra mim, enquanto música, não importa se o sertanejo é universitário, segundo grau ou ginásio, continuarei achando uma merda. Podem até arranjar um PhD, um Mestrado... Não há salvação.



Vivo a prova de que buscar espaço é difícil. O mercado não abre e eu não tenho experiência, investimento, propaganda ou espaço na mídia como esse tal de Teló.

Bem... antes que isso se torne num desabafo, preciso dizer: O problema do Brasil é o Michel Teló, não o Rogério Skylab.

O primeiro é marchinha, o segundo é humano.


quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Coma Bem



Rafael Gusmão nos ensina que valores nutricionais são itens importantes para uma vida sexual ativa e competente.

Esse é o nosso piloto para o canal Bem Simples

Estrelando: Rafael Gusmão e Jeyce Valente
Direção e fotografia: Felipe Felizardo
Roteiro: Armando Moya

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Zeitgasto - Las Fleurs D'Au

Por Maurício Mohr

Todos os dias eu acordo e vou dormir ao som de Baudelaire, não é um audiobook do poeta francês, nem uma banda hipster com este nome. É minha vizinha que batizou seu cachorro de Baudelaire.

Ouvi-la bradando aos quatro ventos, "Baudelaire!!!! Baudelaire!!!", dá um certo status a todo prédio. Eu gosto especialmente quando ela interpela o cachorro com perguntas delicadas, arriscaria filosóficas. "Por que você fez isso, Baudelaire?" Depois ela estraga a magia da cena emendando com um "Ai, ai, ai! Muito Feio!"

Não importa o que Baudelaire tenha feito de errado, eu o perdoo, ele é um artista, um incompreendido. Um poeta que vai se expressar de que outra forma? Preferencialmente declama sua poesia à noite, um seresteiro iluminado pela lua, mas abafado pela madrinha que grita mais alto seu nome, até que ele se canse desta hostilidade e vá descansar.

Entendo um pouco deste mundo. Eu cresci com uma cachorrinha cockerspaniel, muito mais blasé, raramente barulhenta e modestamente atrevida, diria até que tinha uma qualidade diva na justa medida. Não se misturava com estes vira-latas, bandoleiros de rua, sem amor à verdadeira arte. A arte de mastigar tenis, urinar em tapetes; e quando se ouvia um grito de "merda" nesta cirscunstâncias nunca era um bom presságio, tampouco desejo de boa sorte, mas a simples constatação da plateia. Eis que um saco plástico virava uma luva, então os dejetos iam ao lixo e pelo nosso amor a ela, ao menos nossa dignidade se reclicava.

Não sou confiante o suficiente para ter um animal de estimação com o nome de algum gênio das artes ou das ciências, se tivesse um peixe beta chamado "Einstein", eu ficaria espionando os movimentos dele num aquário. Observando seu raciocínio e esperando o dia que Einstein me deixaria para lecionar em Stanford, "peixe ingrato, dei tudo pra ele, um lar, comida, um...é...uma..., AH! coisa importante, um tanque de oxigênio, físicos não dá pra confiar."

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Zeitgasto - O Sole Mio

por MAURICIO MOHR

Eu quero um dia aplaudir o Sol. Eu admiro as pessoas que aplaudem o Sol, eu sou muito inibido para aplaudir uma estrela desta magnitude, eu não consigo nem olhar nos olhos.Eu já ensaiei uma piscadela para chuva, dei um sorriso amarelo para um dia nublado, mas bater palmas para o Astro maior, nunca consegui.

Eu não entendo como isso começou, quem foi o primeiro a puxar o aplauso. Será que foi um casal que se beijava durante a exibição de todo seu brilho e vendo que o Sol saia de cena sem que eles tivessem admirado seu trabalho, resolveram compensar o deslize?

Antigamente eu não me daria ao trabalho de pensar sobre isso, porque eu dificilmente estaria acordado durante o espetáculo solar. Antes desta inundação de filmes e livros de vampiros, eu tinha um certo orgulho de me considerar um ser da noite. Dizer com ar de cafajeste, eu troco o dia pela noite, levantando sedutoramente a sobrancelha esquerda. “Câmera, close. Microfone, please.”

Como diria um ávido leitor de vampiratura , ''nos dias atuais'', as criaturas da penumbra passeiam à tarde, se casam no religioso e frequentam exclusivíssimos e matutinos colégios particulares. Ou seja, tem a mesma tediosa vida dos girassóis burgueses. Com uma desvantagem a se refletir_se tiverem reflexo agora_ ,a meteorologicamente desaconselhável roupa escura e pesada.

Dito isso, cabe ao COLUNISTA, neste Verão, juntar-se à plateia da orla, ainda que proteja sua identidade com o irreconhecível disfarce de óculos escuros e boné, seria o par ideal como Bella e Edward ou perfeito como Bella e Jacob? Tanto a se pensar enquanto se espera para saudar o grand finale da estrela do dia...E o que fazer "quando o segundo sol chegar"?