Acabo de voltar do Oriente Médio, volto medianamente desorientado... Meu cardápio do café da manhã ao jantar se resumia em pepinos, azeitonas, pimentões, tomates e grão de bico. Um suco de laranja para acompanhar ou uma garrafa de Coca-Cola.
Diferente das minhas últimas andanças pelo globo, voltei a ser criança por alguns dias, horários fechados sem discussão, caminhadas por destinos que eu não conhecia e talvez nem quisesse visitar. Ao menos, a alegria não tinha hora para começar, não precisei olhar no relógio e esperar até a hora marcada para me divertir.
Ficamos dez dias sob o olhar atento de uma romena recém-imigrada que era a segurança da minha excursão e também enfermeira treinada. Todas as vidas que ela podia salvar, poderia ainda mais facilmente tirar. Tinha uma corpanzil europeu, um rosto meigo e olhos claros como o céu, uma gota de Danúbio no deserto.
As cores e sabores se misturavam. O verde das oliveiras no mesmo tom das fardas de belíssimas soldadas, os tanques beges da cor do homus pedindo por um pão pita, as pedras iguais e marrons que fazem a Cidade de Davi reluzir como ouro e a simbologia do deserto dividindo e aproximando os peregrinos deste mundo.
Fiquei por lá pouco, mas mesmo pequeno, bobo e sem entender, só me resta pensar: se todos querem que a receita melhore porque os ingredientes não mudam?
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